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Confinamento de gado: para que serve, quando e como fazer

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Cada vez mais utilizado no país, o confinamento de gado representa hoje uma alternativa segura e viável para muitos produtores rurais. A obtenção de animais robustos e com alto potencial produtivo atrai cada vez mais interessados na técnica que tornou-se também opção para os chamados “confinadores comerciais”, que compram os rebanhos de terceiros e  investem na engorda deles via confinamento.

Porém, além do investimento financeiro, o sucesso da técnica de confinamento de gado depende de uma série de cuidados relacionados à infraestrutura, manejo de animais e sistema de confino. Neste post vamos te ajudar a entender o que é o confinamento, para que ele serve e daremos dicas de quando e como fazê-lo.

Confinamento de gado: conceito

Enquanto técnica de criação e engorda de bovinos em lotes restritos (currais e piquetes), o confinamento de gado se baseia no manejo e alimentação de animais através de cochos com ração balanceada e água visando a obtenção de bovinos com as melhores condições produtivas possíveis para o abate.

Além de uma opção para criadores envolvidos em todas as etapas da produção – do nascimento do animal até o abate – o confinamento também pode ser feito na fase final, pré-término, do gado, para otimização da produção. Além dos bezerros desmamados, garrotes e vacas boiadeiras, novilhos em recria também podem ser confinados.

O fornecimento de recursos nutricionais completos para o desenvolvimento do animal, somado à oferta das condições ideais de engorda – para que a perda de peso e desgaste muscular sejam os mínimos possíveis – é premissa da técnica de confinamento de gado.

Vantagens do confinamento de gado

A primeira grande vantagem do confinamento de gado é o aumento da eficiência produtiva do rebanho. Quando criados em sistema de confino, os animais têm uma capacidade de engorda maior e mais rápida se comparados aos criados soltos, cuja alimentação depende majoritariamente do pasto. Especialmente nas regiões que sofrem com períodos de estiagem, a escassez da grama forragedeira acaba ocasionando uma perda de peso e o aumento no tempo necessário para preparação do animal para o abate. Com o sistema de confinamento, a idade de término do gado é reduzida, e assim também os custos referentes ao tempo de manutenção do animal.

Graças à utilização de um espaço delimitado dentro da propriedade rural, o confinamento permite que os demais espaços da propriedade sejam utilizados para cultivos diversos – inclusive para as culturas necessárias à produção de ração para os animais em confino. Para aqueles produtores que também comercializam outras categorias, a liberação das áreas comumente destinadas ao pasto representa um ganho produtivo.

A possibilidade de inserir os animais em sistema de confino nos períodos de entressafra da carne (durante a seca) também é uma vantagem, já que mesmo nestas fases é possível entregar uma produção de qualidade. Lembre-se também que devido à menor oferta nestes períodos, os valor pago pela arroba tende a ser maior.

Como e quando investir em confinamento?

A decisão de se investir ou não em confinamento de gado depende de uma série de condições que precisam ser muito bem analisadas pelo produtor rural para que o retorno venha conforme o esperado.

Além da disponibilidade de animais, o produtor precisa se assegurar de ter uma fonte de alimentos contínua e com bom custo-benefício (considere a produção de pelo menos uma parte da ração na própria propriedade rural); um estudo prévio de mercado para garantir que os preços pagos pela arroba cubram os custos do confinamento e, claro, disponibilidade e equipe preparada para o gerenciamento do sistema de confino, que deve ser diariamente acompanhado. Este acompanhamento é fundamental para que todas as necessidades dos animais sejam atendidas: tipos de ração, medidas sanitárias, vacinas e até mesmo acompanhamento veterinário).

Quanto ao local destinado ao confinamento, é importante que ele seja em área afastada de rodovias ou zonas urbanas, já que o excesso de barulho estressa os animais e prejudica o ganho de peso. Isso também evita a perda de animais através da fuga e contaminações.

O local precisa ter uma fonte hídrica com capacidade para atender à demanda dos animais (e também para a limpeza dos currais) e, claro, energia elétrica. É importante lembrar que áreas próximas a rios, córregos e nascentes devem ser evitadas, pois o confinamento causaria impactos ambientais indesejados graças ao potencial de contaminação. O ideal é que toda a água destinada ao confino seja armazenada e bombeada até o local. Opte também por terrenos com alta capacidade de drenagem, já que eles tendem a manter-se mais secos, o que favorece o manejo e as condições de saúde dos animais.

As instalações de confinamento precisam contar com:

  • Um centro de manejo de gado (para entrada e preparo dos animais);
  • Balança e aparador;
  • Espaço para vacinação;
  • Uma área para produção, preparo e armazenamento dos alimentos;
  • Um curral com cochos para a engorda.

Para calcular o tamanho ideal do curral, considere uma área mínima de 15m² por cabeça de gado. O cuidado com a higiene do local, que podem ser feitas por meio de lava jatos, bem como o tratamento dos dejetos (que podem ser revertidos em adubo orgânico) é fundamental para a saúde do rebanho e para que não ocorram perdas.

E você, já investe no confinamento de gado em sua propriedade rural? Se você ainda possúi dúvidas sobre a técnica ou como implementá-la, deixe seu comentário abaixo!

 

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