O agronegócio brasileiro viu suas exportações recuarem no primeiro semestre de 2015, no entanto, de acordo com estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ele foi o setor responsável por 45,9% das vendas externa totais do país no primeiro semestre, acumulando entre janeiro e junho o correspondente a US$ 43,3 bilhões. Foi também o único setor com desempenho positivo no Produto Interno Brasileiro (PIB) no primeiro trimestre, o que demonstra a força do agronegócio brasileiro e o quanto ele é importante para a economia do país.
Líder na produção de café, açúcar, etanol de cana-de-açúcar e suco de laranja e na venda externa de soja e seus derivados, o Brasil é uma referência mundial na produção e exportação de diversos produtos agrícolas. Mesmo sendo um dos maiores produtores de commodities agrícolas do mundo, ainda são muitos os desafios do agronegócio brasileiro.
Veja neste post 3 grandes problemas do agronegócio, eleitos por nós, e como enfrentá-los.
Logística e infraestrutura do transporte
A produtividade do agronegócio brasileiro tem aumentado devido ao crescente investimento em máquinas e ferramentas, automatização e tecnologia. Mas os problemas com logística e infraestrutura do transporte impedem o Brasil de ser mais competitivo nesse setor.
Conforme dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, no Brasil, 58% do transporte de cargas é feito por rodovias, 13% por hidrovias e 25% por ferrovias. A dependência das rodovias e falta de investimentos em ferrovias e hidrovias resultam em custos mais elevados. Estima-se que 5% da safra de grãos é perdida durante a colheita e o transporte, o que significa prejuízo para o agronegócio. A distância para escoamento da produção normalmente é longa e os fretes são caros devido a demanda por transporte ser maior que a oferta, há também a demora para embarque das mercadorias nos portos.
A solução para os problemas com infraestrutura e logística é o investimento público na expansão e modernização do sistema hidroviário e rodoviário do país e na conservação e melhoria das estradas. Além disso, o ideal é a interligação entre os diversos meios de transportes, essa combinação facilitaria o uso estratégico do sistema e ligaria, de fato, as regiões do país otimizando sua utilização e diminuindo desperdícios de tempo e dinheiro.
Infraestrutura de Armazenamento
Outro dificuldade do agronegócio é quanto a falta de estrutura de armazenagem, que não acompanhou o aumento e desenvolvimento da produção. Há no Brasil um déficit do sistema de armazenagem. O ideal é que a estrutura de silos e armazéns seja, no mínimo 20% maior que a produção. No segundo semestre de 2014 a capacidade para estoque de grãos era de 159,3 milhões de toneladas, segundo dados do IBGE. Nesse mesmo período haviam 7.927 estabelecimentos ativos, entre eles silos, armazéns graneleiros e convencionais ou infláveis. No entanto, a safra de 2013/2014 foi de 193,62 milhões de toneladas, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), maior que a capacidade de armazenamento no país.
A escassez de infraestrutura de armazenagem, que muitas vezes não existem ou são distantes das zonas produtoras, faz com que o produtor rural tenha que negociar sua produção ainda durante a safra, momento em que os preços estão em baixa devido à grande oferta, deixando de aproveitar os oscilações de preço favoráveis do mercado e inflacionado o valor do frete.
Para enfrentar a falta de espaço suficiente para a armazenagem a solução é o investimento na construção de mais silos e armazéns. A associação em cooperativas é outra saída para baratear custos e ter um escoamento mais tranquilo da produção, já que cobram valores mais acessíveis para estocar a produção. É importante, ainda, durante a armazenagem, reduzir os custos e perdas no manuseio interno e externo do produto, o que torna equipamentos de movimentação de carga, como empilhadeiras, carrinhos, guinchos, esteiras, paleteiras, pontes rolantes ente outros, investimentos necessários.
Sistema tributário
O Brasil possui uma das mais elevadas e complexas cargas tributárias do mundo, a maior entre os países da América Latina, o que afeta também o agronegócio. A alta taxa de tributação impede que o agronegócio brasileiro seja competitivo com o de outros países que pagam menos impostos, pois faz com que o custo da produção seja maior, aumentando o valor do produto final. E a importação de máquinas e tecnologia estrangeira ficam igualmente mais caras.
A presidente Dilma Rousseff, sancionou no dia 30 de junho deste ano, lei que isenta tratores e máquinas agrícolas de licenciamento e emplacamento, o que pode ser considerado um avanço para os produtores, porém não resolve a questão. O Brasil continua a ser um dos únicos países do mundo onde máquinas agrícolas são tributadas.
A solução para o sistema tributário brasileiro está na reforma, com diminuição de impostos e desburocratização do sistema. Mas vale a pena manter-se informado, as leis tributárias passam por constante modificação e, por serem complicadas e extensas, são questionadas frequentemente por advogados e até mesmo pelo Poder Público.
Percebeu como a Logística e infraestrutura do transporte, Infraestrutura de Armazenamento e Sistema Tributário interferem diretamente no seu agronegócio? Assine nossa newsletter e mantenha-se informado!